O Renda Brasil vinha sendo discutido desde 2020, em meio à pandemia do novo coronavírus, mas acabou saindo de cena depois de o presidente Jair Bolsonaro detoná-lo publicamente. Para o chefe do Executivo, do jeito que vinha sendo modelado, o programa tiraria dos mais pobres para dar aos paupérrimos. Entre as propostas apresentadas estavam o congelamento das aposentadorias pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o fim do abono salarial.
O debate, à época, quase custou a cabeça do secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Apesar da proibição de Bolsonaro de que o Renda Brasil fosse adiante, a equipe econômica aprofundou os estudos a fim de convencer o Palácio do Planalto de que o país precisa de um programa mínimo de renda para atender uma população muito vulnerável, que foi identificada durante a pandemia do novo coronavírus por meio do pagamento o auxílio emergencial.
O governo já tem mapeado mais de 20 programas sociais que podem ser unificados para a criação do Renda Brasil, incluindo o Bolsa Família. Os técnicos do governo dizem que a unificação de programas é um processo natural. Isso foi feito nos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Lula, sempre resultando em benefícios melhores para a população carente. No entender da equipe econômica, é preciso pôr fim aos ruídos políticos para que o Renda Brasil seja efetivado.
Outro ponto que precisa ser desmistificado, na avaliação de técnicos do governo, é o de que o abono salarial tem eficiência. Em média, o benefício custa 1,6 salário mínimo ao ano por trabalhador que ganha até dois mínimos. É uma espécie de 14º salário. A equipe econômica diz que os trabalhadores que recebem o abono estão empregados, portanto, não estão no grupo de mergulhados na pobreza, que precisam de apoio.