Conforme apurou o Blog, a tendência é de que, antes mesmo de Regina Duarte responder formalmente ao convite para comandar a secretaria, os dirigentes nomeados por Alvim sejam os próximos na fila de exonerações.
São eles, no primeiro escalão do órgão, os presidentes da Biblioteca Nacional, Rafael Nogueira; da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Dante Mantovani; e da Fundação Palmares, Sérgio Nascimento. Esse último esteve no centro de uma das maiores crises da gestão de Roberto Alvim na Secretaria Especial de Cultura.
Racismo
A nomeação do jornalista atraiu uma avalanche de críticas depois da revelação de que, nas redes sociais, ele negou a existência do racismo, defendeu o fim do feriado da Consciência Negra e, ao atacar diversas personalidades engajadas na causa, sugeriu que elas fossem “mandadas para a África”.
Ele também escreveu que a escravidão foi “terrível, mas benéfica para os descendentes”, porque negros, na sua opinião, vivem em condições melhores no Brasil do que na África. Em meio aos protestos, a nomeação de Nascimento foi suspensa pela Justiça, o que levou o governo a fazer o mesmo, posteriormente. A tendência é que ele seja exonerado em definitivo nos próximos dias.
Já o presidente da Funarte, o maestro Dante Mantovani, ficou conhecido por afirmar, no canal próprio no YouTube, que “O rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo”.
Sob o comando de Mantovani, a Funarte divulgou, nesta quarta-feira (22/01), o edital do “Prêmio de Apoio a Bandas de Música 2020”, que proíbe a participação de bandas de rock. O
concurso visa a premiar bandas de todo o país, com a distribuição gratuita de instrumentos de sopro e ampliação e/ou reposição instrumental. Apesar de direcionado a instrumentos de sopro, o edital não restringe outros tipos de ritmo, apenas o rock.
Apesar da estratégia do governo de tratar todos esses episódios como casos isolados, é de conhecimento público que essa turma do barulho, incluindo o ex-secretário Roberto Alvim, é adepta dos ensinamentos de Olavo de Carvalho, tido como o guru do bolsonarismo.
Brasília, 16h34min