Segundo o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, a equipe econômica deverá finalizar a proposta de reforma ainda antes de Bolsonaro embarcar para a Davos. Durante a viagem, ele analisará todas as alternativas apresentadas e, se tudo correr nos conformes, na sexta-feira, 25 de janeiro, logo depois de pousar no país, ele tornará público o projeto que será encaminhado ao Congresso no início de fevereiro.
Os investidores estão confiantes de que a reforma elaborada por Paulo Guedes, ministro da Economia, será dura o suficiente para conter a escalada do deficit público. Os donos do dinheiro também acreditam que Guedes conseguirá convencer Bolsonaro a incluir os militares nas mudanças do sistema de aposentadorias e pensões.
Rombo crescente
Dados do governo indicam que o rombo da Previdência em 2018 ficou em R$ 292,2 bilhões e passará tranquilamente dos R$ 300 bilhões em 2019. Esse deficit inclui o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o regime próprio dos servidores públicos. Nos estados, o buraco ultrapassou os R$ 93 bilhões em 2018.
O general Mourão reconhece que não é mais possível o país conviver com esse rombo crescente na Previdência, que está minando a capacidade de investimentos do país. Para ele, enquanto não for solucionado o deficit da Previdência, o tripé econômico que dá sustentação ao país está frágil, por causa do desequilíbrio fiscal.
Se a questão fiscal for resolvida, o governo vê o país com capacidade para crescer 3,5% já em 2019 e acima disso nos anos seguintes. Se a reforma da Previdência não for aprovada, no entanto, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) ficará abaixo de 2% ao ano, insuficiente para resolver os problemas do desemprego e da pobreza.
Brasília, 19h19min