POR ANTONIO TEMÓTEO
Sob o comando de Miriam Belchior, a Caixa Econômica Federal anunciou um grande processo de reestruturação, que reduziria gerências e superintendências e diminuiria o quadro de pessoal por meio de um programa de demissão voluntária (PDV). Pouco andou.
A pressão contrária foi enorme. A Caixa foi obrigada a pisar no freio, sobretudo por causa do enfraquecimento político do governo de Dilma Rousseff. Com o processo de impeachment avançando, o Palácio do Planalto achou por bem não comprar briga com os funcionários da Caixa. Miriam Belchior teve, inclusive, que reverter várias de suas decisões para evitar mais desgaste para o governo petista.
Com a posse de Michel Temer na Presidência da República, acreditava-se que a reestruturação da Caixa, enfim, andaria. Mas o atual presidente da instituição, Gilberto Occhi, está de mãos atadas. Devido aos interesses políticos do peemedebista, Occhi, que foi indicado para o cargo pelo PP, sequer conseguiu nomear seus vices-presidentes. A Caixa ainda funciona com a estrutura que vigorou nos governos Lula e Dilma Rousseff.
Muitos estão se perguntando se o processo de reestruturação anunciado pelo Banco do Brasil dará certo. A instituição, como a Caixa, precisa ganhar competitividade. Mas há muitos interesses envolvidos. Para especialistas, o BB precisa se reinventar, pois corre o risco de, como a Caixa, precisar de socorro do Tesouro Nacional, de tempos em tempos.
Brasília, 15h30min