Reestruturação da Caixa está suspensa. Por enquanto.

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POR MARLLA SABINO

O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, nomeado pelo governo interino de Michel Temer, suspendeu, pelo menos momentaneamente, a reestruturação de cargos e funções que foi iniciado em março, durante a gestão de Míriam Belchior. Occhi esclareceu para os funcionários a situação financeira do banco e garantiu que mudanças futuras no banco serão feitas de maneira cautelosa e com muito diálogo entre direção e empregados.

O presidente ainda explicou que, apesar de o processo de reestruturação ter começado no edifício-sede, é necessário trabalhar de forma diferente para expandi-lo a outras localidades do país. Em março deste ano, com a justificativa de que o ano de 2016 configurava-se “mais difícil e desafiador”, a Caixa deu início a um amplo processo de reestruturação, que incluía demissão de pessoal, redução de gratificações e fechamentos de vagas em Brasília e nas demais regiões do país.

A medida adotada por Míriam Belchior previa reduzir custos e adequar o banco à realidade do mercado, que viu o crédito cair e a inadimplência aumentar. Uma das estratégias adotadas pelo banco para tentar reanimar a economia ainda no governo de Dilma Rousseff foi aumentar a oferta de crédito. A meta de instituição era liberar, pelo menos, R$ 16 bilhões além do previsto.

Em apenas uma semana, cerca de 600 gratificações de trabalhadores do edifício-sede foram extintas. Em Brasília, 570 pessoas foram recoladas e cortadas da função que exerciam, além do reforço do plano de apoio à aposentadoria (PAA), que já estava em andamento.

Os funcionários protestaram contra as mudanças anunciadas, pelo fato de a reestruturação, com extinção de cargos e funções, ter sido feita por meio de mensagens internas. Na ocasião, o sindicato afirmou total apoio aos funcionários e cogitou a possibilidades de greve.

A Assessoria de Imprensa da Caixa Econômica afirmou que há um estudo permanente para avaliar a reestruturação de cargos e funções da instituição. Mas a situação dos próximos meses é incerta. A Caixa conta com quadro de 97,5 mil empregados concursados, além de 15 mil estagiários e jovens aprendizes.

Brasília, 10h30min

Vicente Nunes