CBPFOT300420212654 27/03/2021. Crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Calor e seca na cidade. Cúpula do Senado Federal no Congresso Nacional.

Redes sociais pressionam por abertura dos dados do “orçamento secreto”, diz pesquisa

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

As redes têm pressionado muito para que os dados referentes aos recursos destinados pelo “orçamento secreto” sejam amplamente revelados, destacou nova edição da Pesquisa Modalmais/AP Exata, divulgada nesta sexta-feira (26/11). Apesar de integrantes do Congresso Nacional insistirem em não respeitar as determinações do Supremo Tribunal Federal (STF), dando maior transparência sobre a destinação dos recursos das polêmicas emendas do relator do Orçamento, as famosas RP9, os internautas querem o contrário e desconfiam dos parlamentares que querem esconder as informações.

 

“Os internautas pedem transparência e suspeitam que a insistência da Câmara e do Senado em não revelar para quem e para onde foram os recursos é um indicativo de que há algo errado. Muitos falam que o dinheiro serviu para o governo comprar apoios e para alimentar um sistema de corrupção”, destacou o levantamento. “Houve uma clara indignação com a resistência do Congresso em acatar a determinação do STF, que exigiu transparência. A pressão popular tem sido grande e o assunto deve crescer durante a próxima semana, continuando a pautar a agenda política”, acrescentou o documento.

 

O “orçamento secreto” foi revelado pelo jornal O Estado de São Paulo, mostrando uma prática criada no atual governo semelhante ao Mensalão dentro do Orçamento, no qual o relator tem um poder de distribuir quase R$ 20 bilhões sem precisar explicar ou detalhar quem são parlamentares beneficiados. E monitoramento feito pelo Tribunal de Contas da União (TCU) revelou uma série de compras superfaturadas de equipamentos, inclusive tratores, utilizando esses recursos, daí o apelido de “tratoraço”.

 

 

Moro cresce sobre Bolsonaro

 

A pesquisa também mostra que o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos), vem ganhando o espaço do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais. Durante a semana, o ex-juiz registrou uma média de 15,1% de menções entre os presidenciáveis, no Twitter, ficando em terceiro lugar e Bolsonaro ficou com 44,3% das citações.

 

“Bolsonaro foi o único candidato que teve uma queda vertiginosa no volume de menções. Antes do crescimento do ex-juiz, o presidente frequentemente atingia um volume de cerca de 60% das menções”, destacou o documento.

 

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT), mantiveram-se nos patamares que vinham registrando antes do anúncio da filiação de Moro, de 33,7% e 4,8%, respectivamente, das menções.

 

Reprovação elevada do governo

 

O levantamento mostrou ainda que a reprovação do governo segue em alta, com 53,1% das pessoas considerando a gestão ruim ou péssima, seguindo praticamente estável em relação aos 53% registrados na semana anterior, levando em conta a média móvel dos últimos cinco dias. A avaliação de bom ou ótimo também ficou estável, em 24%.

 

Entre os assuntos mais comentados da semana nas redes sociais destacou-se a nova onda de covid-19 na Europa e a descoberta da nova variante do coronavírus registrada na África do Sul, Botsuana, Israel e Hong Kong, com cerca de 50 mutações, que pode ser resistente às vacinas. O assunto é o mais comentado nas redes mundiais nesta sexta-feira.

 

O ex-presidente Lula esteve em destaque negativo nas redes sociais ao comparar regimes autoritários a democracias, o que lhe valeu muitas
críticas, de acordo com a pesquisa. “Após uma semana bem sucedida de encontros na Europa, esta semana foi de menor visibilidade para o petista. As
menções negativas a Lula fecham a semana no patamar de 64%, no Twitter”, destacou o documento.

 

A AP Exata trabalha com uma tecnologia de análise de sentimentos, baseada em redes neurais artificiais, e no conceito de emoções da psicologia evolutiva.
As análises contemplam informações geolocalizadas, em 145 cidades de todos os estados brasileiros, utilizando dados abertos de perfis públicos.