Segundo gerente de postos, a ordem foi para mexer nas bombas e mudar os preços para cima. Não há, segundo eles, nenhuma perspectiva de os postos repassarem a redução anunciada pela Petrobras aos consumidores. A grande maioria dos postos está cobrando R$ 4,599 pelo litro da gasolina.
Entre os gerentes, o que se diz é que a Petrobras “jogou para a plateia” quando anunciou a redução de preços. Esse movimento, destacam os gerentes, ocorreu apenas para agradar o presidente Jair Bolsonaro, que se alarmou diante da possibilidade de as cotações do petróleo dispararem no exterior por causa do conflito entre Irã e Estados Unidos.
Na média, os preços da gasolina subiram R$ 0,20 por litro em dois dias. “É muito”, reclama Augusto Antonio, 29 anos, motorista de uma empresa de aplicativos. “Estava apostando que os preços da gasolina cairiam depois do anúncio da Petrobras, mas os postos fizeram exatamente o contrário”, frisa.
Queixas
Muita gente está chegando aos postos e, em vez de encher o tanque do carro, está colocando uma pequena quantia de gasolina. “Quero ver até onde vai esse movimento de alta de preços. Vai que, amanhã, a gasolina volta a ficar mais barata”, destaca a servidora pública Luíza Salles, 27.
A Petrobras garante que tem liberdade para praticar os preços que quiser para os combustíveis. Mas, durante os momentos mais críticos da crise entre o Irã e os Estados Unidos, Bolsonaro chamou o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, para Brasília, a fim de prestar contas.
Curiosamente, dias depois, a Petrobras anunciou queda nos preços. Os postos não encamparam a redução. E estão avançando sobre o bolso dos consumidores.
Brasília, 12h49min