ROSANA HESSEL
O mês de setembro mal começou e já começa a bater recordes de queimadas na Amazônia. Entre os dias 2 e 4 de setembro o número de focos de incêndio já superou em mais de 40% o episódio conhecido como Dia do Fogo, ocorrido em 11 de agosto de 2019, com 2.366 focos de incêndio.
De acordo com dados do Greenpease, os dados de focos de incêndio no bioma amazônico registrados no último domingo (4/9), por exemplo, foram o maior número de queimadas no ano e superaram em 43,4% o Dia do Fogo. Naquela época, agropecuaristas do Pará combinaram a data para realizar incêndios em áreas de pasto e recém-desmatadas.
O Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe) registrou 3.393 focos de incêndio, ontem, na Amazônia. Além de domingo, outros dois dias de setembro também superaram esse dia de queimadas criminosas. Em 2 de setembro, foram registrados 3.333 alertas, aumento de 40,8% em relação ao Dia do Fogo. E, em 3 de setembro, o número de alertas foi de 3.331, alta de 40,7% na mesma base de comparação.
“Quase todos, senão todos os incêndios na Amazônia têm ação antrópica, ou seja, são promovidos pelo homem”, disse Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil em nota divulgada pela entidade.
Do total de focos de calor de 2.022 registrados até 31 de agosto, 43% ocorreram apenas em dez municípios amazônicos, sendo cinco deles localizados na região da Amacro (fronteira entre Amazonas, Acre e Rondônia), considerada a nova fronteira de expansão do arco de destruição na Amazônia e que vem acelerando as taxas de desmatamento e queimadas.