Queda do PIB brasileiro fica próxima da média global, diz Austin

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Ao registrar queda de 9,7% no segundo trimestre de 2020 em relação aos três meses anteriores, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve desempenho parecido com do PIB da Alemanha e o da Tailândia. Ambos ficaram empatados na 22ª colocação em um ranking de 53 economias listadas pela Austin Rating e que foi divulgado nesta terça-feira (1º/09).  Com isso, o país não ficou na lanterna como nos últimos levantamentos, mas próximo da média geral, que foi de uma queda de 9,9%.

 

O PIB dos Estados Unidos ficou na 21ª posição ao recuar 9,1%. Enquanto isso, o segundo país latino-americano melhor colocado foi o Chile, em 28º lugar, ao registrar retração de 13,2%.

 

“A pandemia fez um estrago maior em outras economias do que no Brasil, mas o PIB do Brasil poderia ter registrado um desempenho melhor se não fosse o problema fiscal e toda a crise entre o Legislativo e o Executivo”, afirmou Alex Agostini, economista-chefe da Austin e responsável pelo levantamento.

 

De acordo com Agostini, os dados do PIB do segundo trimestre divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  ficaram dentro das estimativas da Austin. Ele contou que esperava queda de 10,1%, na comparação com o trimestre anterior, mas considerou o resultado “dentro da margem de erro”.

 

“Ficou dentro da expectativa e comprova que o país atravessou o fundo do poço entre março e abril.  A atividade econômica deverá registrar crescimento no segundo semestre e, pelas nossas projeções, o PIB deverá encerrar o ano com queda de 5,1%, mas esse dado poderá ser revisto para cima”, afirmou. O economista prevê crescimentos de 5,3%, no terceiro trimestre, e de 3,9%, no último trimestre do ano, ambos na mesma base de comparação com os três meses imediatamente anteriores.

 

A China liderou o ranking da Austin, registrando crescimento de 11,5%, no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores, seguida pela Índia com alta de 0,7%, na mesma base de comparação. Na lanterna, ficaram Rússia e Armênia, apesar de não apresentarem o mesmo dado comparativo na margem. O Peru, por exemplo, teve a maior taxa de retração no período nessa base comparativa, de 27,2%.

 

Conforme dados do ranking da Austin, a queda do PIB do Brasil foi menor do que a de 12,1% da Zona do Euro, mas bem abaixo da média dos países emergentes do Brics, incluindo Índia, Rússia, China e África do Sul, que ficou positiva em 0,8%.

 

Veja a íntegra do levantamento da Austin:  PIB – Ranking 2T20 – 01set20