Quando a Lava-Jato chegará ao Judiciário?

Publicado em Economia

É inacreditável que o poder mais corrupto do país, o Judiciário, ainda não tenha sido alvo da Operação Laval-Jato, que desvendou o esquema de corrupção na Petrobras. As investigações atingiram em cheio o Executivo e o Legislativo, levando dezenas de pessoas para a prisão. Mas, até agora, não vimos nenhum integrante da Justiça ir para atrás das grades.

 

A incredulidade cresce diante da decisão do ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de determinar a soltura do bicheiro Carlinhos Cachoeira e de Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, presos na Operação Saqueador. A medida se estende aos demais acusados, o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu e os empresários Adir Assad e Marcelo Abreu.

 

No início da semana, a defesa de Cachoeira já havia conseguido revogar a prisão no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). O desembargador Ivan Athié converteu a prisão preventiva dos acusados em prisão domiciliar. Mas a decisão foi revogada pelo desembargador Paulo Espírito Santo depois que Athié se declarou suspeito para atuar no caso.

 

Como a Justiça pode dar o exemplo agindo dessa forma? As provas sobre os crimes cometidos pela quadrilha comandada por Cachoeira e Cavendish são contundentes. Liberar esses bandidos, acusados de surrupiarem os cofres públicos, é um escárnio às pessoas de bem.

 

Não é possível que, diante de tudo o que vimos nos últimos dois anos, desde que a Operação Lava-Jato saiu às ruas, um poder que deveria dar exemplo acabe estimulando os crimes contra o patrimônio público.

 

Brasília, 22h05min