Quaest: popularidade de Lula nas redes encolhe em junho, mas supera Bolsonaro

Compartilhe

ROSANA HESSEL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem registrando queda da popularidade nas redes sociais ao longo do primeiro semestre do terceiro mandato, chegando a 54,75 pontos no último dia 12, após alcançar os picos de 85,75 pontos, em 30 de abril, e de 85,22 pontos, em 5 de maio, conforme dados do Índice de Popularidade Digital (IPD) divulgados, nesta quinta-feira (15/6), pela Quaest Pesquisa e Consultoria,

A maior  queda de Lula ocorreu justamente no dia 12/5 depois de ele acusar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de ser o principal culpado pelas mortes da Covid-19. “A popularidade de Lula nas redes tem oscilado bastante e costuma a subir quando ele trata de assuntos econômicos, mas cai quando ele parte para o debate ideológico, a popularidade dele cai, porque a oposição é muito forte e melhor organizada nas redes, ”, explicou o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest e inventor e detentor da patente do IPD, em entrevista ao Blog.

A popularidade atual de Lula nas redes sociais é 15,07 pontos menor do que a registrada no dia 1º de janeiro, no dia da posse, de 69,82 pontos. Nunes destacou que, na comparação com a popularidade de Bolsonaro em 2023, Lula está à frente do ex-presidente, que registrou 41,85 pontos em 12 de maio. Mas, na comparação com o primeiro ano do mandato do ex-capitão, Lula tem dificuldade para conseguir alcançar o mesmo patamar de Bolsonaro. Apenas em poucas ocasiões isso ocorreu, como em 9 de janeiro, um dia após os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

“Em 2019, Bolsonaro tinha uma força nas redes digitais muito grande e todo mundo se surpreendeu com a capacidade de engajamento e de mobilização da base, sobretudo, no começo do governo. Agora, nesse sentido, Lula ainda está se organizando e se estruturando, começando até a fazer lives semanais, como Bolsonaro fazia”, destacou.

Contudo, Nunes acha que ainda é cedo para falar que a popularidade de Lula está caindo. “A popularidade de Lula, neste primeiro semestre, está melhor do que a de Bolsonaro. Portanto, a estratégia do governo tem que estar baseada nas entregas tangíveis econômicas, que dizem respeito à vida das pessoas. Nesse sentido, o presidente está conseguindo pautar melhor e começa a organizar, de certa maneira, a pauta digital”, disse.

Ministros mais populares

A pesquisa da Quaest revelou ainda que, desde abril, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, é o mais popular os ministros elencados no levantamento, com 72,52 pontos em junho. O segundo lugar ficou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com 63,72 pontos. E, fechando o pódio, em terceiro lugar, ficou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, com 45,89 pontos. Na sequência, a ministra do Planejamento e Gestão, Simone Tebet, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, com 41,85% pontos e 40,23 pontos, respectivamente. Jader Filho,  ministro das Cidades, ficou na lanterna com apenas 12,38 pontos de popularidade.

“Haddad liderava no início do governo, mas, desde abril, o ministro Flávio Dino, tem liderado em popularidade nas redes com as lacradas em audiências no Congresso”, destacou Nunes. Segundo ele, a popularidade do ministro da Fazenda é crescente nesses primeiros seis meses do ano, e ele é o mais bem aceito em geral”, acrescentou o diretor da Quaest. “Curiosamente, a popularidade da ministra Marina Silva cresceu quando ela perdeu poder, após o esvaziamento do ministério com as modificações na estrutura do governo pelo Congresso”, disse o analista, mencionando a votação da medida provisória da estrutura do novo governo, aprovada a toque de caixa no fim de maio pelo Legislativo para não perder validade, esvaziando o poder de fiscalização da pasta chefiada por Marina Silva.

Entre os 27 governadores, o chefe de governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o mais popular, com 76,61 pontos, em junho, seguido pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), com 46,63 pontos, e pelo governador de Minas Gerais,  Romeu Zema (Novo), com 41,87 pontos, conforme os dados da Quaest. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), ficou em 13º lugar, com 20,96 pontos, abaixo do pico de janeiro, de 29,08 pontos. Em último lugar ficou o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), com 15,32 pontos.

Vicente Nunes