Apontado como ministro da Fazenda em caso de vitória do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, o economista Paulo Guedes levou uma bronca do presidenciável por ter apresentado a um grupo de investidores, como mostrou a Folha de São Paulo, uma proposta econômica que sequer foi avaliada pelo candidato. Bolsonaro se irritou, principalmente, com o projeto de recriação da CPMF, imposto sobre movimentação financeira.
Na avaliação de Bolsonaro, que falou com Guedes por telefone, ainda não é o momento de apresentar medidas econômica, sobretudo estando ele hospitalizado. Depois da bronca de Bolsonaro, Guedes teve que vestir os calçados da humildade e explicar para a imprensa que a recriação da CPMF é apenas uma das medidas que estão sendo estudadas dentro de um projeto de reforma tributária, que prevê a redução de impostos.
A meta é ter um imposto federal único, a CPMF, com alíquota de 1% sobre todas as transações financeiras, e, com isso, acabar com os mais de 50 tributos existentes no país. O plano de Guedes também prevê a redução para 20% das duas alíquotas maiores do Imposto de Renda da Pessoa Física, de 27,5% e de 22,5%. Na outra ponta, aumentaria para 20% o IR daqueles que recebem como pessoa jurídica, de 17,5%, uma ação contra a “pejotização” tão criticada por Bolsonaro.
Não custa lembrar que Guedes é chamado por Bolsonaro de “Posto Ipiranga”, por lhe ensinar tudo sobre economia. Muitos, no entanto, não acreditam que, se eleito, Bolsonaro teria uma relação tão forte com o economista, de gênio muito forte e extremamente arrogante e egocêntrico.
Guedes, porém, teve que colocar o orgulho de lado para tentar aparar as arestas com o possível futuro chefe. Na prestação de contas que foi obrigado a fazer, disse ainda que, em relação à Previdência Social, também a proposta é criar um imposto único para substituir os diversos tributos que financiam o sistema previdenciário. A alíquota deve ficar entre 0,40% e 0,50%.
Brasília, 20h31min