“A ONU não pode ser o que era em 1948. Por isso, temos defendido uma reforma do Conselho de Segurança e temos dito que um dos países que deve ser membro permanente do Conselho de Segurança é o Brasil”, ressaltou Costa. “Mas, para isso, é preciso que o Brasil não esteja fora do mundo e ocupe, por direito, o lugar que merece”, emendou. “Além disso, temos de estar juntos no esforço que é preciso fazer para aproximar a União Europeia da América Latina em geral, e do Mercosul, em particular.”
Para Costa, era preciso que o Brasil regressasse com seu peso em favor da democracia, do combate contra as alterações climáticas, da defesa do ambiente e da cultura, o que, segundo ele, ocorreu com a eleição de Lula para a Presidência da República. “Portugal e o mundo estavam com muitas saudades do Brasil”, reforçou. No entender do primeiro-ministro, é fundamental recuperar os quatro anos em que os dois países estiveram afastados por causa da beligerância do presidente Jair Bolsonaro, que nunca visitou Portugal, quebrando uma tradição honrada até pelos governos militares.
O líder português destacou também a importância de se investir da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e apoiar o discurso de Lula de que a proteção da Amazônia é uma causa global. O presidente eleito brasileiro defende que os países mais ricos paguem para que as nações menos desenvolvidas protejam suas florestas. “A Amazônia não é uma responsabilidade exclusiva do Brasil, é uma grande reserva da humanidade e, portanto, deve ser considerado dádiva de toda a humanidade”, assinalou Costa que, nesta terça-feira (22/11), receberá o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão.