Prévia do PIB registra queda de 0,05% em outubro, segundo Banco Central

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ROSANA HESSEL

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), conhecido como prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 0,05% em outubro em relação a setembro, na série dessazonalizada.

O dado no primeiro mês do último trimestre do ano é pior do que o esperado pelo mercado, que vinha previa variação positiva do indicador em torno de 0,5%, e confirma a tendência desaceleração da atividade econômica na segunda metade do ano, apesar dos estímulos fiscais do governo Jair Bolsonaro (PL). A estimativa da XP Investimentos, por exemplo, era de alta de 0,4%.

Na comparação sem ajuste sazonal em relação o dado de outubro de 2021, o crescimento foi de 3,68%, conforme os dados do Banco Central. No acumulado do ano, o indicador registra crescimento de 3,41%. Em 12 meses, a alta foi de 3,13%.

Com esse resultado do IBC-Br,  a desaceleração da atividade na segunda metade de 2022 está em curso, em grande parte, devido aos impactos defasados da política monetária. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem, o volume de serviços recuou 0,6% em relação a setembro — queda mais profunda do que a esperada pelo consenso do mercado, de 0,2%.

Vale lembrar que o PIB do terceiro trimestre deste ano cresceu apenas 0,4% e desacelerou em relação ao anterior, que teve o desempenho revisado de 1,2% para 1%, mesmo com todo o pacote eleitoreiro do governo neste semestre, que supera R$ 290 bilhões pelas estimativas da Ryo Capital, para tentar estimular a economia, como aumento de R$ 400 para R$ 600 no Auxílio Brasil, subsídios para caminhoneiros e taxistas e redução nos impostos federais sobre combustíveis e produtos industrializados. O resultado do PIB de julho a setembro, inclusive, ficou na média global.

Ontem, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central reforçou o alerta sobre as incertezas em relação à política fiscal que podem afetar a inflação, uma vez que a perspectiva de aumento de gastos podem reduzir a potência do impacto da política monetária no controle do custo de vida e piorar as perspectivas inflacionárias. Com isso, o BC reforçou na ata que deixou a porta aberta para uma eventual alta nos juros caso as expectativas de inflação continuem piorando. Atualmente, a taxa básica da economia (Selic) está em 13,75% ao ano, mesmo patamar desde agosto.

Vicente Nunes