Os economistas dizem que a inflação está concentrada em dois grupos, educação e transportes, que responderam por 68,5% do IPCA-15. O grupo educação teve alta média de 5,17% e o de transportes, de 0,66%, contribuindo com 0,37 ponto percentual da inflação.
Os especialistas ressaltam ainda que os preços médios dos serviços, sempre apontados pelo BC como forte entrave para uma queda mais rápida dos juros, avançaram, pelo IPCA-15 de fevereiro, 1%, bem abaixo da média de 1,47% observada nos últimos 10 anos.
Disseminação menor
E mais: o índice de difusão, que mede a quantidade de produtos e serviços listados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também desabou, cravando 57,5%. Para o BC, um índice de difusão confortável tem que ficar abaixo de 60%. Portanto, não há muito com o que se preocupar com o IPCA-15 de fevereiro. As pressões vieram se onde se esperava.
Tudo indica que a inflação deste ano e a de 2018 ficarão abaixo de centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%. A aposta majoritária do mercado é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) corte a Selic hoje em 0,75 ponto percentual, para 12,25% ao ano. Para o Palácio do Planalto, seria muito bom se a queda fosse de um ponto, para 12%.
Em comunicados recentes, o BC disse que o ritmo dos cortes de juros será de 0,75 ponto por reunião. Mas a instituição tem sido surpreendida, mês a mês, por indicadores melhores de inflação. Além disso, o nível de atividade está no chão, o que afasta qualquer risco de a demanda facilitar reajustes de preços.
A Selic deve fechar o ano abaixo de 10%. As apostas vão de 9,25% a 9,75%.
Brasília, 09h45min