ROSANA HESSEL
A prévia da inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou alta de 1,17% em novembro, dado 0,03 ponto percentual abaixo da taxa registrada em outubro, de 1,20%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (25/11). Apesar da desaceleração no mês, o resultado ficou acima da mediana das expectativas do mercado, que esperava alta de 1,14%, com apostas variando de 0,86% a 1,23%.
Foi a maior variação para os meses de novembro desde 2002, quando o índice foi de 2,08%, de acordo com o IBGE. No acumulado do ano, a variação do IPCA-15 foi de 9,57% e, em 12 meses, o indicador saltou 10,73%, acima dos 10,34% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2020, a taxa registrou alta de 0,81%.
A inflação registrada pelo IPCA-15 no acumulado em 12 meses até novembro supera a alta de 10,28% no mesmo período de 2015, durante o pior momento do governo Dilma Rousseff (PT). Naquela época, o indicador atingiu o pico de 10,84% em fevereiro de 2016.
Conforme os dados do IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em novembro. A maior variação, de 2,89%, e o maior impacto no IPCA-15, de 0,60 ponto percentual, vieram dos Transportes, influenciados pela alta dos preços dos combustíveis.
A gasolina, por exemplo, registrou alta de 6,62% no mês encerrado na primeira quinzena de novembro, representando o maior impacto individual no índice, de 0,40 ponto percentual. No ano, o combustível acumula valorização de 44,83% e, em 12 meses, salto de 48%. O IBGE também destacou aumento dos preços nos preços do óleo diesel, de 8,23% no indicador mensal, do etanol, de 7,08%, e do gás veicular, de 2,59%.
De acordo com André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, os dados do IPCA-15 não surpreendeu, apesar de ter ficado acima das expectativas e não deve ter muito efeito no mercado devido ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. “Em termos agregados sabemos bem que a inflação segue persistente. Gasolina e gás de cozinha continuam tirando o sono do brasileiro”, alertou.
Capitais
Entre as 11 capitais pesquisadas pelo IBGE para o levantamento do IPCA-15, Goiânia registrou a maior variação mensal, de 1,86% e acumulou 11,09% em 12 meses encerrados na primeira metade de novembro. Belém teve a menor taxa, de 0,76%, e acumulou 9,97% de alta no mesmo período. A capital federal ficou em quinto lugar, com alta de 1,23% no IPCA, dado acima da média do indicador. No acumulado em 12 meses, a alta ficou em 9,77%.
Os dados ainda mostram que sete cidades registram alta de dois dígitos no indicador acumulado em 12 meses: Goiânia, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Curitiba e Porto Alegre, sendo que a capital gaúcha lidera com a maior variação, de 12,33%. Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Belém conseguiram ter altas inferiores a 10%, mas os indicadores estão bem próximos desse patamar.
No acumulado do ano, cinco cidades já registraram inflação acima de 10%. São elas: Goiânia (10,07%), Fortaleza (10,53%), Recife (10,20%), Curitiba (12,26%) e Porto Alegre (10,64%).