Tanto o ministro da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva, quanto os chefes do Exército, da Marinha e a Aeronáutica vão aumentar a pressão para que o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, vá para a reserva. Eles querem restringir ao máximo a associação do governo às Forças Armadas.
Pazuello é general três estrelas da Divisão de Intendência do Exército. Portanto, está no topo de sua carreira, não tem mais como subir na escala da Força. Pelas regras, ele não tem direito à quarta estrela.
Segundo integrantes das Forças Armadas, a pressão para que Pazuello vá para a reserva nada tem a ver com a crise aberta pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele disse que o Exército está associado a um “genocídio” pela falta de ação da Saúde para combater a covid-19.
“A pressão vem de antes da crise aberta pelo ministro Gilmar Mendes”, diz um integrante do alto escalão do Exército. “Se Pazuello quiser ficar no ministério, que vá para a reserva”, acrescenta.
Pazuello já foi aconselhado várias vezes a sair do quadro de generais da ativa. Mas ele afirma que não vê problemas em conciliar sua atual condição na carreira militar com o comando do Ministério da Saúde.
Não é o que pensa o comando das Forças. “Se a pressão valeu para o (Luiz Eduardo) Ramos (ministro da Secretaria de Governo), tem que valer para Pazuello”, reforça o mesmo integrante do Exército.
Brasília, 16h30min