Nos últimos dois dias, dirigentes, de presídios, sobretudo os federais, procuraram o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para definirem uma estratégia conjunta a fim de evitar surpresas desagradáveis. Teme-se que um projeto de fugas em massa esteja sendo articulado pela organização criminosa.
Em Brasília, recentemente, a Polícia Civil fez uma operação para desbaratar uma quadrilha, cujos integrantes, segundo relatórios de inteligência, estavam monitorando autoridades locais, entre elas, juízes, , delegados e o próprio secretário de Segurança Pública, Anderson Torres.
Apoio de Moro
Esse processo de reforço dos presídios têm o respaldo do ministro da Justiça, Sergio Moro. E conta com o apoio das Forças Armadas e da Força de Segurança Nacional. Com origem em São Paulo, o PCC está ramificado por todo o país e já estendeu seus tentáculos pela América Latina.
O poder de articulação do grupo aumentou muito, reconhecem autoridades. O PCC já não depende mais de Marcola, que está preso em Brasília, apesar de ele ainda ser a grande referência para os integrantes da organização. “Não dá para brincar com esse pessoal. O PCC é uma organização poderosa e muito perigosa”, diz um técnico do Depen.
Ninguém descarta, inclusive, que outros grupos rivais do PCC também estejam se articulando para um movimento semelhante e estimulando rebeliões. Os serviços de inteligência detectaram alguns sinais que podem indicar problemas mais à frente, se não houver uma ação coordenada efetiva e preventiva.
No último fim de semana, 76 presos fugiram do presídio de Pedro Juan Caballero, que faz divisa com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Deles, 40 são brasileiros e 36, paraguaios. A maioria é ligada ao PCC. Até agora, cinco fugitivos foram recapturados.
Brasília, 15h34min