O presidente da Oi, Marco Schroeder, renunciou ao cargo nesta sexta-feira, 24. Com isso, são grandes as chances de a empresa de telefonia, que tem dívidas de mais de R$ 65 bilhões, pode entrar em colapso.
Na carta de renúncia, Schroeder cobrou o pagamento de R$ 30 milhões em bônus, sendo que R$ 10 milhões devem ser honrados imediatamente, por ter cumprido as metas acertadas há um ano, quando ele assumiu o comando da companhia.
A guerra dentro da Oi é brutal. A disputa entre vários grupos para assumir o controle da empresa está provocando estragos. Um dos grupos mais agressivos é liderado por Nelson Tanure, empresário conhecido por entrar em empresas em dificuldades e levá-las mais rapidamente à falência.
O governo cogita intervir na Oi, mas tem protelado a decisão à espera de uma saída de mercado. Mas a briga de acionistas dificulta tudo. A renúncia de Schroeder ocorre dias antes da assembleia decisiva da empresa, que, provavelmente, vai terminar com a aprovação do plano de recuperação judicial que já se arrasta há quase um ano.
Os críticos de Schroeder, com salário mensal de R$ 300 mil, alegam que ele vinha protelando a conclusão da recuperação judicial o quanto podia. Dizem, ainda, que o executivo estava na Oi desde 2002 — ele ficou três anos fora da companhia, entre 2011 e 2014. Portanto, foi conivente com todos os desmandos que levaram à empresa a situação quase falimentar em que se encontra.
Para os defensores de Schroeder, é a guerra de acionistas e interesses escusos que vêm dificultando uma saída negociada para a companhia, a maior do mercado em telefonia fixa. Ressaltam ainda que a história da Oi, desde a sua criação, resultante da fusão da Telemar com a Brasil Telecom, está recheada de problemas e falcatruas.
Na terça-feira, 21, o conselho de Administração da Oi aprovou uma proposta que pode resultar em acerto entre os acionistas, o Plan Support Agreement (PSA), retirando desse pré-acordo uma aberração condenada pelo juiz da 7ª Vara Empresarial, Fernando Viana, e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Pelo PSA original, um grupo de acionistas, entre eles, Tanure, receberiam uma taxa antecipada pelo compromisso de capitalizarem a OI. A Anatel avisou que multaria seus diretores em R$ 50 milhões caso tal proposta prosperasse.
Brasília, 17h01min