Preço do minuto do celular cai 7% em 12 meses

Publicado em Economia

Por Simone Kafruni

 

Ao contrário de outros serviços, como energia elétrica, água e esgoto e correios, que aplicaram elevados reajustes, o setor de telecomunicações tem registrado quedas sucessivas de preços. Reflexo da competição e de investimentos, o valor do minuto do celular no Brasil caiu 7% nos últimos 12 meses, chegando a R$ 0,08, com impostos, no fim do primeiro semestre de 2018, segundo levantamento da consultoria Teleco. Sem tributos, o preço do minuto de celular é de R$  0,06.

 

Nos últimos cinco anos, o minuto do celular, no Brasil, caiu 42%, passando de R$ 0,15 para R$ 0,09, enquanto o preço da telefonia fixa teve redução de 15%. Na banda larga fixa, o valor médio mensal por 1MB caiu 44%, passando de R$ 8,21 para R$ 4,62, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

 

A maioria dos serviços, no caminho inverso, apresentou aumento de preço, em muitos casos acima de 50%. Isso sem considerar os recentes aumentos de 30% da energia elétrica, que serão aplicados ainda neste ano. Nesse período, a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 36,%.

 

Conforme a Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), a queda é fruto de uma intensa competição entre as empresas e elevados investimentos feitos pelo setor, de cerca de R$ 28 bilhões ao ano, que permitiram a expansão das redes e a possibilidade de acesso a um número cada vez maior de brasileiros. “O país precisa, neste momento, retomar sua capacidade produtiva e competitiva e as telecomunicações, por sua essencialidade e transversalidade, pode ser o motor desse desenvolvimento econômico e da geração de renda”, afirma. 

 

A associação defende que as telecomunicações sejam prioridade nas políticas públicas, permitindo a utilização dos fundos setoriais, entre eles o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), na expansão dos serviços e na inserção dos brasileiros ainda excluídos. “É urgente também a atualização do marco regulatório do setor, para permitir a aplicação de investimentos em serviços realmente demandados pela população, como a banda larga.”