“Foi um baque quando cheguei ao posto”, diz o publicitário José Alvarenga, 47 anos. “No último fim de semana, enchi o tanque com a gasolina a R$ 3,999. Agora, estou pagando R$ 4,549. É muito. Não ouvi nem li nada que justifique esse abuso cometido pelos postos”, assinala.
No Setor de Indústrias Gráficas (SIG), o litro da gasolina passou de R$ 3,989 para R$ 4,339. “Foi um salto espetacular. Os consumidores não podem ser prejudicados dessa maneira”, afirma a servidora pública Andressa Cristina, 37. “Nosso orçamento já está afetado por muita coisa. Esse preço da gasolina vai prejudicar ainda mais”, acrescenta.
Nos postos, como sempre, os argumentos são de que os reajustes são consequências das condições de mercado. Os gerentes dizem que a Petrobras voltou a subir os preços nas refinarias, os impostos são pesados e as margens de lucros estão muito baixas. Eles, porém, não mostram as planilhas de custos.
O que chamou a atenção dos consumidores foi o movimento combinado dos postos. Todos aumentaram os preços no mesmo dia. Ou seja, isso só aumenta as suspeitas do governo de que há cartel entre os postos. O Palácio do Planalto, por sinal, pediu uma investigação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Contudo, nem um resultado foi apresentado ainda.
No Distrito Federal, um cartel foi desbaratado no fim de 2015. Em conjunto, a Polícia Federal, o Cade e o Ministério Público intervieram em uma das maiores redes de postos da capital. Os preços caíram ao longo do tempo. Mas, recentemente, dispararam, indicando que algo está muito errado.
Brasília, 14h30min