Segundo Paulo Tavares, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis-DF), há uma guerra enorme entre os posto em busca de clientes, uma vez que o consumo está bem abaixo do esperado. A redução de preço anunciada pela Petrobras nas refinarias na sexta-feira (28/02) sequer chegou aos revendedores.
Tavares diz que, para os postos trabalharem com os atuais valores nas bombas, muitos reduziram as margens de lucro para algo entre R$ 0,05 e R$ 0,10, o que, no entender dele, não cobre os custos de operação. Por isso, tantos frentistas estão sendo demitidos.
Para a servidora pública Alana Cintra, 39 anos, quanto mais barata a gasolina tiver, melhor para os consumidores. Ela não acredita que os donos de postos estejam colocando em risco seus negócios ao reduzirem os preços do combustível.
“Nunca soube de empresário que rasgue dinheiro”, afirma Alana. Na avaliação dela, é possível a gasolina ainda ficar mais barata. “Se os postos repassarem para os consumidores todas as reduções de preços feitas pela Petrobras, ainda veremos a gasolina abaixo de R$ 4”.
Tavares diz que há outro fato incompreensível para os postos baixarem mais os preços da gasolina: o Governo do Distrito Federal elevou, desde 1º de março, o valor usado como referência para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): de R$ 4,43 para R$ 4,56.
“Ou seja, os postos estão vendendo gasolina por preços abaixo do que o GDF usa para recolher impostos. Creio que isso é insustentável. Tem algo muito errado”, frisa Tavares. Mas os consumidores não querem saber. “Sempre fomos explorados pelos donos de postos. Se estão reduzindo os preços, é porque podem fazer isso”, rebate o contador Aloísio Santana, 51.
Brasília, 15h16min