Os brasileiros estão raspando o que podem da caderneta de poupança. Em julho, pelo sétimo mês consecutivo, houve mais retiradas do que depósitos na tradicional modalidade de investimentos. O saldo ficou negativo em R$ 2,453 bilhões.
Com isso, no acumulado do ano, a caderneta já perdeu R$ 41 bilhões, quase o dobro do saldo líquido computado em 2014. Trata-se do pior resultado em 20 anos.
Pelos cálculos do Banco Central, o saldo total da poupança fechou julho em R$ 646,5 bilhões, o menor nível desde setembro do ano passado. Nem os rendimentos incorporados aos depósitos estão sendo suficientes para conter a sangria da caderneta.
Mantido esse ritmo de perdas até o fim do ano, a Caixa Econômica e os bancos privados poderão anunciar novas restrições para o financiamento de imóveis com recursos da poupança.
Além do baixo rendimento, a caderneta está sendo afetada pela forte queda na renda dos trabalhadores, que têm sido obrigados a recorrerem às economias para fechar as contas, uma vez que a inflação está encostando nos 10%, e pelos boatos sobre confisco, já desmentidos veementemente pelo Ministério da Fazenda.
Brasília, 15h50min