Os consumidores estão assustados. Correram logo cedo para os postos, mas muitos já depararam com preços maiores do que os praticados até ontem. Pelo que anunciou o governo, com a alta do PIS e da Cofins, o litro da gasolina deveria ficar R$ 0,41 mais caro. Mas os postos estão pesando a mão, com aumento de até R$ 0,98.
Também estão mais caros o etanol e o diesel, sobre os quais passou a incidir tributos que antes não existiam. A tendência, dizem especialistas, é de que os reajustes dos combustíveis sejam repassados para toda a economia, uma vez que o custo do transporte será maior. Os fretes vão subir, assim como as mercadorias que transitam pelas estradas.
O governo diz que não havia outra saída, a não ser aumentar impostos, para manter o compromisso com o ajuste fiscal. Sem os R$ 10,4 bilhões que serão arrecadados até o fim do ano e os R$ 5,9 bilhões de cortes adicionais no Orçamento, não seria possível cumprir a meta fiscal, de deficit de até R$ 139 bilhões neste ano.
Para os consumidores, o governo passou dos limites ao aumentar impostos. “Não dá mais. Ninguém aguenta mais. Tudo está caro e o salário não sobe”, diz a comerciante Andressa Marques, 33 anos. A mãe dela, Sandra Marques, 56, assinala que, no início da semana, conseguiu abastecer por R$, 2,99 o litro na Asa Norte de Brasília. “Os donos de postos não perdoam”, desabafa. “Os maiores prejudicados somos nós, os consumidores”, assinala.
O presidente Michel Temer disse, na Argentina, que os brasileiros entenderão a necessidade do governo de aumentar os impostos sobre combustíveis.