Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, essas promoções decorrem da necessidade de os postos fazerem caixa, uma vez que as vendas caíram entre 50% e 70%, dependendo da região. É importante ressaltar que os preços das bombas estão variando muito. Por isso, vale um boa pesquisa.
Tavares considera, porém, essa estratégia arriscada, uma vez que, em tese, os postos deveriam estar trabalhando com margem mínima de lucro de R$ 0,50 centavos por litro de gasolina. E isso não está acontecendo em muitos casos.
“Hoje, compramos gasolina das distribuidoras, em média, por R$ 4,05 o litro, ou seja, teríamos que vendê-la por, no mínimo, R$ 4,55 para sobrevivermos, pagarmos todos os custos e termos uma pequena margem de lucro líquido. Se você verificar, os R$ 0,50 de margem bruta representam 10,9% de lucro e o Ministério Público (MP) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) consideram margem mínima aceitável de 16%”, explica Tavares.
Sonegação fiscal e adulteração
Portanto, acrescenta o presidente do Sindicombustíveis-DF, os postos que venderem gasolina por preço menor do que o pago às distribuidoras estão baixando os lucros e sacrificando outras variáveis, como funcionários, despesas ambientais.
“Não há mágica nesse setor de commodities. Ou há sonegação fiscal ou até mesmo produtos adulterados. A adulteração vinha acontecendo muito pelo Brasil e, por isso, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) especificou a nova gasolina com média por cima, como massa especifica e octanagem. Assim, dificulta muito a adulteração”, diz o executivo.
Tavares questiona, ainda, os contantes aumentos de preços pela Petrobras. São 11 reajustes desde 7 de maio deste ano. Ele ressalta que as cotações do petróleo fecharam em estabilidade nesta quarta-feira (19/08), após os produtores definirem um acordo para um possível corte na oferta de óleo e depois do anúncio de uma nova queda nas reservas de petróleo nos Estados Unidos.
“Apesar da estabilidade das variáveis às quais a Petrobrás utiliza para cotar seus preços nas refinarias, o valor da gasolina vem subindo absurdamente. Assim, fazemos a pergunta: por que mais um aumento? Será que o governo está querendo cobrir os prejuízos da empresa do primeiro semestre às custas do cidadão? Essa, somente a Petrobras e o governo Bolsonaro podem responder”, afirma Tavares.
Brasília, 12h01min