Tornou-se comum na tevê portuguesa, em especial entre comentaristas políticos, chamar o presidente Jair Bolsonaro de cafajeste. Na verdade, ninguém economiza nos adjetivos negativos quando a referência é o líder brasileiro.
As críticas a Bolsonaro se intensificaram depois que ele cancelou um almoço que teria com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, em Brasília, na última segunda-feira (4/7). O nível de intolerância com o brasileiro aumentou muito.
Não é só na tevê que o repúdio a Bolsonaro é enorme. Nas ruas, nos bares, nos restaurantes, nas filas de supermercado isso também é explícito. Quando um português ouve alguém com sotaque do Brasil fala logo sobre o horror que tem do presidente brasileiro.
Não custa lembrar, no entanto, que, nas últimas eleições, Portugal deu mais de 7% dos votos no Parlamento a representantes do Chega, partido de extrema direita, que segue a mesma cartilha de Bolsonaro. De uma passaram a ter 12 cadeiras, tornando-se a terceira força política do Congresso.
O líder do Chega, André Ventura, era comentarista esportivo e viu no discurso extremista, de xenofobia e defesa da família e dos bons costumes, uma avenida para crescer politicamente, já que parcela importante da Europa está cada vez mais conservadora e contra a imigração.