Em nota, a PJ afirmou que a localização da bebê foi possível devido à colaboração da Polícia Federal e há suspeitas de que o português e o companheiro dele, também empresário, façam parte de uma organização especialidade em tráfico de seres humanos.
A bebê resgatada foi retirada do Brasil com apenas 19 dias de vida, em 24 de outubro. Ela havia nascido no Hospital de Valinhos, na região de Campinas, e foi deixada para trás pela mãe. O português a registrou como filha e conseguiu levá-la para Portugal tranquilamente. Coincidentemente, o menino que estava com o empresário na hora da prisão também havia nascido na mesma unidade de saúde.
Foi essa coincidência que chamou a atenção das autoridades brasileiras. O português registrou o menino como seu filho, mas com mãe diferente, apenas três meses depois de conseguir a documentação da menina como sua filha biológica. As investigações apontam que ele usou documentos falsos para obter as certidões de nascimento das crianças.
As investigações indicam que o português pagou uma boa quantia às mães dos bebês, uma de Marabá, no Pará, outra da capital paulista. Elas serão ouvidas pelos agentes para que expliquem as razões dos abandonos logo após receberem alta nos hospitais.
Em depoimento à Polícia Federal, Márcio Mendes Rocha disse que seu objetivo era apenas adotar as duas crianças, pois, no Brasil, esse sistema é mais fácil que na Europa. O esquema do qual ele faria parte inclui escritórios de advocacia, agenciadores e funcionários de hospitais. No escritório de advocacia que o auxiliou nas adoções foram encontrados US$ 11 mil (R$ 53,9 mil) e 7 mil euros (R$ 38,5 mil).