Os investidores fizeram questão de ressaltar, nas conversas, que o melhor seria Temer não criar dificuldades para a troca de comando do país e fazer uma transição tranquila, de forma a passar segurança aos agentes econômicos. Assessores de Temer tiveram que ouvir, textualmente, que o tempo de Temer já se esgotou.
O mercado acredita, inclusive, que a troca de governo se dará, sem traumas, nos próximos 30 dias. Inclusive, interlocutores de bancos e corretoras percorreram o Congresso nos últimos dias e perceberam que está tudo praticamente acertado entre os caciques dos principais partidos da base do governo para que Temer saia e Maia assuma o comando do país.
O único passo que está faltando para que a troca de Temer por Maia seja sacramentada é a posição do Centrão, formado por partidos extremamente conservadores e fisiológicos. Mas, dentro desses partidos, mesmos os que ainda se dizem com Temer já admitem que o peemedebista perdeu a capacidade de governar.
Da Alemanha, onde participa da reunião do G20, Temer já mandou sinais de que está ciente de todo o acerto para lhe tirar o comando do país. Mas promete resistir. O problema, ressaltam os articuladores do projeto para levar Rodrigo Mais à Presidência da República, é que Temer não tem mais apoio. Isso, no entender deles, ficará claro durante da votação, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Haverá votos suficiente para a abertura de processo contra o peemedebista por corrupção passiva.
Dentro do Planalto, a avaliação é de que o mercado financeiro está sendo pragmático. Não acredita mais em Temer para tocar o país e fazer as reformas. O apoio ao presidente durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff se esvaiu por completo. Agora, é acreditar que Maia será capaz de fazer uma transição tranquila até 2018.
Brasília, 13h26min