ROSANA HESSEL
O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país, recuou 0,1% no terceiro trimestre de 2021 em relação aos três meses anteriores, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (2/12). É o segundo PIB negativo consecutivo, caracterizando uma recessão técnica na economia, puxada por fortes quedas da produção agrícola e do setor externo.
O dado da série com ajuste sazonal ficou abaixo da mediana das expectativas do mercado que apostava em um desempenho próximo de zero, mas positivo. As apostas variavam entre queda de 0,3% e alta de 0,4%.
O resultado negativo é decorrência da piora na atividade econômica que não consegue crescer diante da escalada da inflação, que acumula alta de 10,73% em 12 meses encerrados na primeira metade de novembro, que trava o consumo e contribui para a estagnação da economia. No segundo trimestre, conforme os dados atualizados do IBGE, o PIB apresentou recuo de 0,4% (antes era -0,1%), depois da alta de 1,3% nos primeiros três meses do ano (antes era 1,2%).
Conforme dados do IBGE, pela ótica da oferta a queda foi puxada pelo tombo de 8% na agropecuária caiu 8%, a indústria ficou estável e os serviços registraram crescimento de 1,1%, mas que não foram suficientes para evitar o dado negativo do PIB.
Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede os investimentos, teve variação negativa de 0,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. O consumo das famílias teve expansão de 0,9% e o consumo do governo cresceu 0,8%. No setor externo, as exportações recuaram 9,8% e as importações caíram 8,3%.
A taxa de investimento do terceiro trimestre de 2021 ficou em 19,4% do PIB, acima dos 16,4% no mesmo período do ano anterior. A taxa de poupança subiu para 18,6% no terceiro trimestre de 2021, acima dos 16,2% computados no mesmo período de 2020.
Em relação a igual período de 2020, o PIB cresceu 4%, somando R$ 2,2 trilhões. O IBGE também atualizou os dados do PIB de 2020, revisando a queda da atividade econômica de 4,1% para 3,9%.