PIB PODE CAIR 6%

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GUILHERME WALTENBERG

O banco de investimentos Credit Suisse já trabalha com retração de até 6% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e com a eliminação de até 2 milhões de empregos, o que elevará a taxa de pessoas desocupadas para aproximadamente 14%. Esse cenário catastrófico, que será a maior retração do PIB brasileiro desde que ele é medido, ocorrerá caso a presidente Dilma Rousseff se salve do processo de impeachment que ela enfrenta na Câmara dos Deputados.

As informações foram detalhadas ontem por um representante do banco para parlamentares. Em um cenário distinto, em que Dilma sucumba ao processo de impedimento, o país terá retração também, porém bem menos intensa. A queda do PIB será, segundo o banco, de aproximadamente 3% e o volume de empregos perdidos menor, de 500 mil.

A reunião ocorreu ao mesmo tempo em que o relator do processo de impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), lia o relatório final do caso, recomendando a aceitação do pedido pela Câmara dos Deputados. Estavam presentes cerca de 10 parlamentares ligados à bancada evangélica, entre eles Leonardo Quintão (PMDB-MG) e João Campos (PRB-GO). Logo após a apresentação, a bancada, que reúne 96 deputados, decidiu apoiar formalmente o impedimento de Dilma.

Ainda na apresentação, representantes do banco afirmaram que, mesmo se o impeachment for bem-sucedido, o Brasil ainda enfrentará uma nova década perdida, ou seja, um período de pouco crescimento e pouco avanço nas condições socioeconômicas. A avaliação é que o dano ocorrido nas contas públicas ao longo dos últimos anos, somado ao conjunto de interferências desastradas na economia por parte do governo, fraturaram profundamente a economia. A solução seria a implementação de reformas, como a da previdência, que encontram resistência no partido da presidente.

O que diz o Credit Suisse

A assessoria de imprensa do banco Credit Suisse procurou o Blog e ressaltou que, “de fato, um representante do banco conversou com alguns parlamentares, mas para apresentar as projeções mais recentes do banco, que são atualizadas semana a semana”. Segundo a instituição financeira, em nenhum momento, seu representante usou a projeção de queda do PIB de 6% em 2016. A estimativa oficial do banco é de retração de 4,2%. “Esse indicador (queda de 6%) saiu do imaginário de um dos parlamentares presentes” no encontro, ressaltou a assessoria.

Brasília, 23h28min, atualizada as 15h14min

Vicente Nunes