Pelos cálculos do economista Carlos Thadeu Filho, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o preço do gás subirá entre 15% e 20%, o que terá impacto forte nos índices de inflação e, claro, no bolso dos consumidores, sobretudo os mais pobres.
Segundo Fábio Bentes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), é possível que o governo segure parte desse aumento, por causa da eleição, e repasse a diferença retida no próximo trimestre, em janeiro, já com o próximo presidente empossado.
Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, não há motivo, neste momento, para um reajuste tão elevado do gás de cozinha. Nas contas dele, o aumento deve ser de 0,05%, ou seja, praticamente nada, pois o dólar caiu e o petróleo se manteve dentro do previsto, com pequeno ajuste.
Os constantes aumentos do gás de cozinha provocou grande desgaste ao governo. Tanto que o presidente Michel Temer conseguiu que a Petrobras tornasse o aumento trimestral. O gás está tão caro, que muitas famílias mais pobres voltaram a cozinha no fogão a lenha.
Segundo os especialistas, será preciso rever a política de preços do gás. Hoje, há subsídios, mas eles beneficiam ricos e pobres. Para Adriano Pires, isso precisa mudar. Os subsídios devem valer apenas para os mais pobres. Esse benefício seria dado por meio de um cartão específico.
Brasília, 18h15min