SIMONE KAFRUNI E HAMILTON FERRARI
A Petrobras anunciou nesta quarta-feira, 14, nova redução do preço dos combustíveis nas refinarias: de 2,3% para a gasolina e de 5,8% para o diesel. Os novos valores começam a ser aplicados a partir da meia-noite desta quinta-feira, 15.
Conforme a estatal, se o ajuste for integralmente repassado e não houver alterações nas demais parcelas que compõem o preço ao consumidor final, o diesel pode cair 3,5%, ou cerca de R$ 0,11 por litro, em média, e a gasolina, 0,9% ou R$ 0,03 por litro, em média.
A decisão reflete as variações recentes nos preços internacionais do petróleo que, depois de flutuar ao redor de US$ 50 por barril, registrou queda sucessiva, estando abaixo de US$ 46 por barril atualmente. No câmbio, depois de uma desvalorização significativa na moeda brasileira em relação ao dólar, refletindo incertezas políticas, a moeda americana tem flutuado em torno de R$ 3,30.
Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) reiterou que os reajustes em períodos aproximados de 30 dias não têm sido suficientes para refletir as volatilidades de preços internacionais de derivados e câmbio entre as datas dos reajustes. Por isso, iniciará a prática de ajustes em períodos mais curtos, sem alterar a regra de formação de preços da atual política, para acomodar as volatilidades observadas no mercado internacional.
Guerra pelos clientes
A decisão da Petrobras só estimulou a briga dos centavos travada entre os postos de combustíveis. Com concorrência alta, os estabelecimentos continuam diminuindo os preços da gasolina. Agora foi a vez do motorista que anda por Taguatinga se beneficiar da queda. É possível encontrar o litro do combustível a R$ 3,15 no posto da Petrobrás ao lado do Alameda Shopping.
No Plano Piloto também há mais reduções. O posto Ale da torre, no Setor Hoteleiro Sul, está ofertando a gasolina por R$ 3,19 para quem paga no dinheiro. No cartão o valor é maior, R$ 3,29, no débito, e R$ 3,39, no crédito. No Setor de Indústrias Gráficas (SIG), o litro do combustível varia entre R$ 3,20 e R$ 3,21.
Os gerentes dos estabelecimentos confirmam que a concorrência está forçando as quedas. Segundo eles, o posto que não diminui, perde cliente. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em abril de 2016, indicou um administrador provisório para comandar a Cascol, a principal rede de postos do DF. O gestor esteve à frente da rede por um ano. O grupo está sendo investigado por ter praticado anos de cartel e lucrado milhões de reais com o esquema.