As ações da Petrobras estão tomando uma sova na Bolsa de Valores. Pouco antes da uma da tarde, os papéis preferenciais (PN) da empresa caíam 13,28%, a R$ 20,18, e os ordinários (ON) recuavam 13,08%, a R$ 23,60. Com isso, a empresa perdeu o posto de mais valiosa do mercado, voltando a ficar atrás da Ambev. Pelos cálculos dos especialistas, a Petrobras vale, agora, cerca de R$ 290 bilhões, e a Ambev, aproximadamente R$ 315 bilhões.
Segundo operadores do mercado, os investidores estão respondendo, negativamente, à decisão da petroleira de ceder aos pleitos do governo e reduzir em 10% o valor do diesel e congelar os preços por 15 dias. A principal promessa de Pedro Parente, ao assumir a presidência da estatal, foi a de não ceder às interferências do Palácio do Planalto. Parente, que tinha alta credibilidade no mercado, perdeu boa parte desse patrimônio.
No entender dos analistas, a tendência é de que as cotações das ações da Petrobras continuem cedendo, pois não há mais a certeza de que a política de preços da companhia está blindada de interesses políticos. Os investidores não esquecem o que ocorreu no governo de Dilma Rousseff, quando o congelamento de preços resultou em prejuízos de US$ 40 bilhões à companhia.
Ao atender os pleitos dos caminhoneiros, o governo mostrou que, entre o discurso e a prática, há uma grande diferença. Em entrevista recente ao Correio, o presidente Michel Temer atribuiu o lucro de R$ 7 bilhões da Petrobras no primeiro trimestre deste ano à independência na gestão de Pedro Parente. Estamos vendo que não é bem assim.
Os investidores vão cobrar uma postura mais clara da Petrobras. Certamente, se a empresa anunciar qualquer outra alteração na política de preços, a queda no valor das ações será muito maior. Como diz um operador ouvido pelo Blog, “a Petrobras não pode trair o mercado”. Para ele, já chega tudo o que foi feito com a empresa durante os governos petistas. A estatal foi saqueada pela corrupção e perdeu bilhões de reais por causa de políticas equivocadas.
Brasília, 13h02min