HAMILTON FERRARI
Os preços em queda da gasolina no Distrito Federal podem estar com os dias contados. A Petrobras anunciou reajustes nos valores dos combustíveis nas refinarias, que devem ser repassados aos consumidores. Segundo a estatal, a gasolina ficará 2,2% mais cara. Já o diesel subirá 4,3%.
Pelos cálculos da Petrobras, se o reajuste feito hoje for repassado integralmente para as bombas dos postos e não houver alterações nas demais parcelas que compõem o valor ao consumidor final, o diesel pode subir 2,9% ou cerca de R$ 0,09 por litro, em média, e a gasolina, 1,2% ou R$ 0,04 por litro, em média.
Para os especialistas, com reajuste tão pequeno nas refinarias, não há motivo para os postos punirem os consumidores. Há gordura de sobra nos preços cobrados nas bombas, tanto que uma guerra vem sendo travada entre os postos do Distrito Federal na tentativa de atrair a clientela. É possível abastecer o carro na capital do país com o litro da gasolina a R$ 3,34.
Os especialistas ressaltam ainda que os estoques dos postos estão bastante elevados. Isso faz com que os estabelecimentos comerciais sejam mais agressivos na disputa pelos consumidores. Os postos tem metas a cumprir, e a segunda quinzena do mês costuma ser bem mais fraca em termos de vendas.
Dólar e petróleo
Segundo a Petrobras, o aumento faz parte da política de preços dos combustíveis definida em outubro de 2016. Os novos valores passam a vigorar a partir desta sexta-feira, 21. O reajuste é explicado, principalmente, pela elevação do petróleo no mercado internacional, que mais que compensou a valorização do real frente ao dólar. Também pesaram os ajustes na competitividade da Petrobras no mercado interno. “É preciso destacar ainda que o comportamento dos preços de derivados foi marcado pelar volatilidade nos mercados internacionais em resposta a evento geopolítico, como o ocorrido na Síria”, frisa a estatal.
A Petrobras ressalta ainda que a sua política prevê a revisão de preços pelos menos uma vez a cada 30 dias. “Os novos preços dos combustíveis continuam com uma margem positiva em relação à paridade internacional, conforme princípio da política anunciada, e estão alinhados com os objetivos do plano de negócios 2017/2021”, destaca a empresa.
A estatal frisa ainda que, como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. “Isso dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis, especialmente distribuidoras e postos revendedores”, acrescenta.
Brasília, 19h30min