ROSANA HESSEL
Apesar de ganhar na preferência entre julho e agosto, de 32,9% para 38,8%, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seria derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um eventual segundo turno, conforme a segunda edição da pesquisa eleitoral Futura Inteligência/Modalmais, divulgada nesta quarta-feira (25/05). A preferência no petista recuou de 51,3% para 46,9% entre as duas enquetes, mas o ex-presidente continua na dianteira nos diferentes cenários pesquisados.
O novo levantamento encomendado pelo banco digital Modalmais mostra que em uma pesquisa espontânea, Bolsonaro e Lula estão tecnicamente empatados na preferência do eleitorado em um primeiro turno se as eleições fossem hoje, porque tiveram 31% da intenção de voto. No levantamento anterior, divulgado em julho, o petista tinha 30,1% da preferência nas respostas espontâneas, enquanto o chefe do Executivo, 24%.
Contudo, a rejeição a Bolsonaro continua maior do que a de Lula, apesar de um recuo entre as duas enquetes. Enquanto 41% dos eleitores disseram que não votariam no atual presidente, 31,6% rejeitam o candidato petista em uma pesquisa espontânea. Em julho, esses percentuais eram de 49% e 26%, respectivamente. Já a rejeição estimulada de Bolsonaro é maior ainda, de 45,3%, enquanto a de Lula, de 38,3%.
De acordo com a pesquisa, 43,6% dos eleitores confiam totalmente nas urnas eletrônicas e 16,2% confiam parcialmente. Outros 2,8% são indiferentes, 11,1% desconfiam parcialmente, e 23,2% desconfiam totalmente. Não sabem ou não responderam foram 3,1%.
Foram ouvidos 2.000 eleitores entre os dias 17 e 20 de agosto por meio de entrevista telefônica assistida por computador. A maioria dos entrevistados, 43%, reside na região Sudeste, seguida por 26,5% de moradores do Nordeste. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o intervalo de confiança, segundo os organizadores, é de 95%.
Diferentes cenários
A pesquisa testou diferentes cenários e, em todos eles, Lula está à frente de Bolsonaro. No primeiro, em uma pesquisa estimulada, em um cenário com Ciro Gomes (PDT), o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o apresentador Luciano Huck, o vice-presidente Hamilton Mourão e a senadora Simone Tebet (MDB-MS), Lula teve 31,7% das intenções de voto enquanto Bolsonaro, 30,7%. Moro ficou em terceiro lugar, com 5% e Ciro, em quarto, com 4,6%. Em um segundo cenário sem Sergio Moro, Luciano Huck e Mourão, Lula continuou na liderança, com 33,1% enquanto Bolsonaro teve 31,3%.
Um terceiro cenário sem Lula e Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão teria 19,8% da preferência enquanto Ciro Gomes, 18,5%. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, 16,2%. E, em quarto lugar, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin teve 6,7% das intenções de voto.
Por outro lado, quando questionados se a eleição fosse hoje e o eleitor precisasse escolher entre quatro candidatos — Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) –, o petista continuou na liderança, apesar de perder participação, passando de 41,8%, em julho, para 38,3%, neste mês. Já Bolsonaro aumentou o percentual de 29,3% para 35,2%, no mesmo período. A fatia de Ciro Gomes encolheu de 13% para 10,8%. Eduardo Leite, na lanterna, passou de 3,4% para 3,1%, mantendo relativa estabilidade na preferência.
Em um cenário sem o tucano gaúcho e com o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM) no lugar entre os quatro na pesquisa, a preferência de Lula passa para 39,4% e Bolsonaro praticamente não tem alteração, pois fica com 35,85 da intenção de voto. Já com Geraldo Alckmin, o cenário também não muda muito, porque Lula fica com 38,8% da intenção de voto e Bolsonaro, com 35,5%.
A enquete também perguntou se os eleitores estão acompanhando os conflitos de Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal (STF) e 30,8% responderam que não estavam acompanhando. Dos que responderam sim, a maioria (26,1%) disseram que o STF tem razão enquanto 20,7%, responderam que Bolsonaro está certo.