Quando se analisa os discursos de autoridades do governo ao longo do último ano, é possível identificar o tom autoritário semelhante ao que prevaleceu no regime nazista. Não há nenhum exagero nisso. Essa é a extrema direita, radical.
Há todo um combate à liberdade de expressão, aos artistas, à imprensa, a todos que representem ameaça ao pensamento único, extremamente conservador, que o atual governo quer fazer valer no Brasil.
Assim como livros foram queimados na Alemanha nazista, querem, por aqui, reescrever livros históricos, apagar fatos que incomodam os que estão no poder. São semelhanças assustadoras, que incluem o fundamentalismo religioso, que não cabe em um Estado laico.
País das trevas
Que todos fiquem atentos, pois, mesmo com o Alvim fora do governo, nada mudará no pensamento predominante no Palácio do Planalto, no entorno do presidente da República. O perfil dos que estão no poder hoje é o do autoritarismo.
Não por acaso, um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), já alardou ser favorável à volta do AI-5, o instrumento mais perverso usado pela ditadura para calar e matar todos os que ousavam gritar contra o regime.
Apesar de todos os pedidos de desculpas — a maioria, para inglês ver —, tudo continuará como está. E não se assustem se o movimento comandado por Bolsonaro ficar ainda mais forte dentro do governo. O entorno do presidente não se conforma em entregar um dos seus.
A queda de Alvim, que usou um discurso semelhante a do nazista Joseph Goebbels para lançar um prêmio de artes, felizmente, mostrou que boa parte da sociedade não aceita retrocessos. Mesmo aliados de primeira hora de Bolsonaro reagiram negativamente às absurdas declarações do agora ex-secretário.
Esse é o lado bom da história. Uma sociedade em estado de alerta não permite que surtos de autoritarismo massacrem o livre pensamento e empurrem o país para as trevas.
Brasília, 14h28min