O Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal rechaça os argumentos de que a CEB Distribuição é deficitária e, por isso, deve ser privatizada. A direção da empresa marcou assembleia para esta sexta-feira, 24 de maio, com o objetivo de deliberar sobre o assunto.
Segundo o sindicato, em nota enviada ao Blog, “É verdade que a CEB Distribuição tem dívidas. No entanto, esses débitos são de longo prazo e inteiramente gerenciáveis. Afinal, em tempos de crise, qual família ou até mesmo empresas, não estão endividadas? Mas nem por isso vão vender as suas casas ou empreendimentos para quitar essas dívidas. Todos, na verdade, estão fazendo suas contenções de gastos e aperfeiçoando melhor a utilização dos recursos”.
Para a entidade, “há um propósito claro por parte do GDF: vender um patrimônio público lucrativo para que empresários tenham receitas ainda mais lucrativas em detrimento do empobrecimento da população”. Ressalta ainda que a privatização não é garantia de tarifas mais baixas para os consumidores.
Leia a íntegra da nota.
“A respeito da matéria “CEB convoca assembleia para definir privatização”, publicada neste Blog na tarde desta quinta-feira (23/05), o Sindicato dos Urbanitários no DF informa que algumas informações carecem de melhor esclarecimento.
É verdade que a CEB Distribuição tem dívidas. No entanto, esses débitos são de longo prazo e inteiramente gerenciáveis. Afinal, em tempos de crise, qual família ou até mesmo empresas, não estão endividadas? Mas nem por isso vão vender as suas casas ou empreendimentos para quitar essas dívidas. Todos, na verdade, estão fazendo suas contenções de gastos e aperfeiçoando melhor a utilização dos recursos.
Contudo, é preciso deixar claro que não é verdade que a empresa “vive o seu momento mais dramático” e que “desde o ano passado, a CEB vem descumprindo, sistematicamente, os índices de eficiência definidos pela Aneel”. Essas informações estão totalmente desconectadas da realidade.
Isso porque, em 2018, a CEB recebeu o prêmio internacional CIER de qualidade e satisfação do cliente. Os dados foram coletados dos próprios consumidores do DF. Quem atesta é o Índice de Satisfação com a Qualidade Percebida – ISQP da pesquisa ABRADEE.
Vale destacar que nos anos de 2015, 2016 e 2017 a CEB Distribuição apresentou lucros. Os dados constam do Relatório da Administração 2018 da empresa.
Em 2015, a CEB Distribuição apresentou lucro de R$ 36,4 milhões. Em 2016, novamente obteve ganhos na ordem de R$ 50,2 milhões. Em 2017, mais R$ 29,5 milhões de lucro. Apenas em 2018 a empresa foi deficitária, com R$ 33,6 milhões.
Se considerarmos os quatro períodos mencionados, 2015, 16, 17 e 18, na somatória, ainda sim haveria lucro de mais de R$ 80 milhões. Portanto, não é verdade que apenas a CEB Geração “é lucrativa”.
Na verdade, há um propósito claro por parte do GDF: vender um patrimônio público lucrativo para que empresários tenham receitas ainda mais lucrativas em detrimento do empobrecimento da população.
É importante lembrar que, em Goiás, onde esse tipo de proposta de privatização avançou, a Celg (empresa que também distribuía energia no estado), teve a conta de luz reajustada em mais de 30% após a privatização. Hoje, a ex-Celg, atual Eneel, mesmo cobrando tarifas altíssimas figura entre as piores empresas de distribuição do País.”
Brasília, 19h48min