Na avaliação de Novaes, o Banco do Brasil tem que atuar como instituição privada, pois precisa competir de igual para igual com gigantes como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander. Mais: deve ter o mesmo nível de rentabilidade de seus concorrentes para remunerar bem seus acionistas. O BB tem ações negociadas em Bolsa de Valores.
Segundo Novaes, a Caixa faz, muito bem, todo o papel de banco público, com forte atuação no social. Portanto, não tem sentido o governo ter mais uma instituição financeira sob seu controle, alimentando a gula de políticos e sustentando uma corporação que não aceita abrir mão do excesso de benefícios.
Protagonismo da Caixa incomoda mais vices do BB
O protagonismo da Caixa — seu presidente, Pedro Guimarães, é um dos xodós de Bolsonaro —, na verdade, incomoda muito mais os vice-presidentes do Banco do Brasil, que veem a instituição pública como “a irmã pobre”. Interessa, para os executivos do BB, maior visibilidade, até para se cacifarem politicamente. Não por acaso, em diversas ocasiões, expressaram o desapontamento ante a postura arredia do Banco do Brasil.
Novaes, que deve permanecer por mais alguns dias na presidência do BB, renunciou ao cargo na última sexta-feira, 24 de julho. Ele sairá da instituição sem realizar seu maior sonho, o de privatizá-la. A despeito do apoio que recebeu nesse sentido por parte de seu chefe, o ministro Paulo Guedes, foi completamente brecado pelo presidente da República.
A expectativa é grande em relação ao sucessor de Novaes. O ministro da Economia corre para fechar um nome que tenha o aval de Bolsonaro. A preferência ainda é por alguém de mercado, como Conrado Engel, que tem passagens pelo HSBC e pelo Santander.
Brasília, 18h57min