Dentro do Palácio do Planalto, a orientação é de que as estatais vejam se realmente têm condições de dar reajustes a seus empregados. Já se sabe, de antemão, que a maioria delas não tem sequer condições de corrigir a folha de salários pela inflação dos últimos 12 meses.
Sendo assim, na média, os aumentos devem ser um pouco inferior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado nas negociações trabalhistas. “Acreditamos que, diante de todos os prejuízos acumulados pelas estatais, no máximo, elas terão condições de dar reajustes de acordo com a inflação. E olhe lá”, diz o mesmo auxiliar presidencial.
Limpeza
Entre as estatais, somente as do setor financeiro, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, têm conseguido registrar lucros, mesmo assim, a situação dessas instituições não é das mais confortáveis. O Banco do Brasil, por exemplo, teve que promover um grande fechamento de agências e dar incentivos a funcionários para se aposentarem.
A rentabilidade do BB é de apenas 7,5%, metade da registrada pelos grandes concorrentes privados. Isso mostra que o banco precisa passar por um enxugamento. As despesas com pessoal, por exemplo, são R$ 3 bilhões por ano superiores às de Bradesco e Itaú Unibanco.
Na Caixa, também está havendo um enxugamento de pessoal por meio de incentivos à aposentadoria, mas a situação é bem menos confortável, devido às perdas acumuladas nos últimos anos por causa de negócios ruins. A Caixa tem aparecido, constantemente, em operações realizadas pela Polícia Federal dentro da Lava-Jato.
“No geral, a situação das estatais é muito complicada. Estamos vendo recuperação na Petrobras, mas a empresa é praticamente a metade do que era antes do estouro da Lava-Jato”, comenta um integrante da equipe econômica. “Temos que fazer um grande ajuste na estatais, inclusive de pessoal, reduzir o aparelhamento político e profissionalizar a gestão”, acrescenta.
Brasília, 10h01min