Para ministra Simone Tebet, PIB poderá crescer 2,3% neste ano

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ROSANA HESSEL

Ao comentar sobre o resultado positivo e acima das expectativas do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 1,9% no primeiro trimestre do ano, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, comemorou o resultado e disse que é possível uma alta de 2,3% no PIB deste ano “se não houver contratempos”.

“A competência é de estimar é do Ministério da Fazenda, mas para uma análise mais ou menos otimista, se não houver nenhum contratempo, temos a expectativa de crescimento de 2,3% (do PIB neste ano), porque estamos falando de um crescimento que foi fruto do crescimento de setores produtivos e impacto de investimentos públicos”, destacou Tebet, nesta quinta-feira (1º/6), em entrevista a um grupo de quatro jornalistas, reforçando que a aprovação da reforma tributária será a “bala de prata” para um melhor desempenho da economia daqui para frente.

A ministra lembrou que algumas ações do governo não apareceram ainda nos dados do PIB e elas podem ajudar no desempenho da atividade econômica nos próximos trimestres para confirmar o crescimento mais forte do que o atualmente previsto pelo mercado, como o novo salário mínimo, pago a partir de 1º de maio, de R$ 1.320, e a incorporação de novos beneficiários do Bolsa Família. Ela minimizou a preocupação do mercado com os próximos trimestres, que indicam desaceleração da economia e disse que espera queda, “embora que pequena” na taxa básica da economia (Selic), a partir do segundo semestre do ano.

Tebet acredita que haverá revisões para cima nas projeções econômicas do governo. Atualmente, a previsão da Fazenda para o crescimento do PIB brasileiro neste ano é de 1,9%.

“Bala de prata”

Simone Tebet destacou o forte desempenho do setor agrícola, que cresceu 21,6% no primeiro trimestre e impulsionou o dado do PIB de janeiro a março, e saiu em defesa da reforma tributária. Na avaliação dela, o dado negativo da indústria, que apresentou queda de 0,1% na variação trimestral, poderia ser revertido com avanços na tramitação da proposta de mudança do regime de impostos no Congresso Nacional.

Segundo ela, o PIB cresceu acima das previsões sem a indústria, imagina se o setor empresarial reagir positivamente se houver uma sinalização do Legislativo avançando com a mudança do atual regime tributário, que contribui para desonerar o setor produtivo. “A reforma tributária é a bala de prata. O Brasil cresce mesmo sem a indústria, imagina com uma indústria fortalecida, o que aconteceria. A única forma de termos crescimento sustentável e duradouro é com a reforma tributária”, disse. 

Maior taxa desde 2020

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o PIB do primeiro trimestre de 2023 surpreenderam o mercado. A taxa de crescimento do PIB do primeiro trimestre de 2023 é a maior desde o último trimestre de 2020, período de recuperação dos efeitos econômicos da pandemia da covid-19, destacou o Planejamento em nota sobre o PIB.

“O forte crescimento no começo deste ano mostra que, se não houver elevação da atividade para os outros trimestres em 2023, o PIB brasileiro irá crescer pelo menos 2,3%, superando significativamente a projeção de mercado que está em 1,3%”, destacou o comunicado da pasta chefiada por Tebet.

O PIB acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2023 apresentou crescimento de 3,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.  O PIB nominal do primeiro trimestre foi de R$ 2,6 trilhões, dessa forma, nos últimos quatro trimestres, o PIB brasileiro já passou a marca de R$ 10 trilhões.

A pasta destacou ainda que a taxa de investimento em relação ao PIB nos últimos quatro trimestres manteve-se estável em 17,7%, quando comparado com o final de 2022. Já a taxa de poupança, que financia o investimento, acelerou de 15,9% para 18,1% do PIB.  “Em suma, o resultado do PIB do primeiro trimestre foi elevado e superou a projeção de mercado. O setor agropecuário foi o principal motor do crescimento e o resultado indica que a atividade neste ano deverá superar as projeções de mercado”, acrescentou o comunicado.

Vicente Nunes