Segundo os militares, para tomar decisões importantes, os grande líderes ouvem todos os lados, ponderam posições e decidem de forma ponderada, sempre pensando no melhor para as nações que comandam. Como não confia em ninguém e não gosta de ser contrariado, Bolsonaro acaba bancando todas as loucuras de integrantes da área ideológica.
Cientes das fragilidades de Bolsonaro, Araújo e Salles sempre saem vitoriosos em suas posições. E, para não assumir que endossou medidas equivocadas, o presidente acaba embarcando em canoas furadas, que custam caro ao governo e à imagem do país.
Um equívoco atrás do outro
O fato de Bolsonaro não ter cumprimentado até agora Joe Biden pela eleição à Presidência dos Estados Unidos se deve única e exclusivamente ao ministro das Relações Exteriores. Ele fez a cabeça do presidente de que ainda haveria chances de Donald Trump vencer no tapetão. Uma insanidade.
Já Salles tem vencido todos os embates dentro do governo na área ambiental. O ministro conseguiu convencer Bolsonaro a não dar mais ouvidos aos militares sobre a importância de se preservar o meio ambiente. Salles foi o pivô do atual afastamento do presidente de seu vice, o general Hamilton Mourão.
Para os militares, ao se deixar levar por Salles e Araújo, o presidente corre o risco de sepultar seu governo. As mais recentes pesquisas de popularidade já vêm mostrando que nem mais o auxílio emergencial está conseguindo manter o apoio a Bolsonaro.
“É o preço a ser pago por quem optou pelo isolamento e por apostar no radicalismos e dar ouvidos a vozes do atraso”, destaca um dos militares, que diz ainda ter um apreço por Bolsonaro, mas que está assustado com a falta de noção do mandatário. “Ele decidiu fazer as escolhas erradas”, acrescenta.
Brasília, 17h29min