ROSANA HESSEL
O ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou o fato de o Produto Interno Bruto (PIB) registrar a segunda queda trimestral consecutiva, o que caracteriza uma recessão técnica e criticou os pessimistas. Após recuo de 0,4%, entre abril e junho, o PIB caiu 0,1% entre julho e agosto, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (2/11),
“O PIB caiu 0,1% no trimestre. A Bolsa subiu 3%”, afirmou Paulo Guedes, durante evento Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (Aneea). Contudo, ele atribuiu a aprovação, em segundo turno pelo Senado, da PEC dos Precatórios — que prevê o calote de dívidas judicias e altera a metodologia de cálculo do limite do teto de gastos — como o principal motivo para a alta da Bolsa. “Os gastos públicos continuam sob controle. Tem uma conversa fiada de que o Brasil perdeu o controle fiscal. É uma narrativa política. É fake news”, afirmou.
Apenas em novembro, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) caiu 8,2% em perdas, mais da metade do tombo acumulado no ano, de 14,4% no mesmo período. Na tarde desta quinta-feira, o Índice Bovespa, principal indicador da B3, registrava alta de 2,8%.
Guedes voltou a criticar os economistas que fazem previsões pessimistas e que, segundo o ministro, “estão errando sistematicamente”. De acordo o ministro, “o Brasil está condenado a crescer”. “Vamos crescer de qualquer jeito”, disse.
Apesar de o país estar em recessão técnica, o ministro ainda insistiu em afirmar que a economia está decolando. “Mês a mês, batemos a arrecadação histórica, em termos reais, tirando a inflação. A arrecadação está muito forte, o que mostra que o Brasil está decolando de novo, pelo nosso tempo. Preparar para decolagem”, disse.