ROSANA HESSEL
O presidente Jair Bolsonaro, como o esperado, não convenceu em seu discurso na Cúpula do Clima, na manhã desta quinta-feira (22/04), na avaliação do Greenpeace, que pediu ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que não feche qualquer acordo com Bolsonaro no no “presente ou no futuro” enquanto não houver demonstrações reais do governo brasileiro de medidas na proteção combate às mudanças climáticas e na preservação ambiental a fim de limitar o aumento da temperatura global até 1.5°C.
“O governo Bolsonaro reafirma acabar com desmatamento ilegal em 2030, e anuncia zerar emissões de carbono em 2050, porém não possui política pública para a contenção do desmatamento. É impossível proteger a floresta dando fundos a alguém responsável por níveis recordes de desmatamento na Amazônia e violações dos direitos humanos”, destacou Fabiana Alves, Coordenadora de Clima e Justiça do Greenpeace.
De acordo com a executiva da organização ambiental, o presidente deu sinais contraditórios ao ressaltar em sua fala o mercado de carbono como solução, dando às empresas de combustíveis fósseis um caminho para “compensar” sua poluição com florestas, em vez de, de fato, reduzi-la. Ele ainda valorizou as contribuições nacionais brasileiras ao Acordo de Paris, que neste momento estão sendo questionadas na Justiça por serem menos ambiciosas que as anteriores. “A melhor forma de proteger a Amazônia é defendendo os direitos dos Povos Indígenas e das comunidades tradicionais, que são sistematicamente excluídos das políticas do governo atual”, completou.
Durante a abertura da conferência com 40 líderes globais, o presidente dos EUA anunciou que o país pretende cortar pela metade as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa em 50% até 2030. A conferir e ver como a indústria poluidora do petróleo vai reagir.