Técnicos que avaliaram o funcionamento do Ministério do Trabalho dizem que os esquemas de corrupção eram tocados, quase sempre, pelo alto escalão. Ao contrário de outros ministérios, no Trabalho, o ministro fazia questão de assinar todos os contratos, o que indica uma forma de controle do que deveria ser pago em propina.
Esquemas
Nos demais ministérios, é a área financeira, que cuida da liberação de dinheiro, a responsável pelo controle de todos os contratos. Os ministros delegam poderes. Na antiga pasta do Trabalho, tudo tinha que ter a chancela ministerial. “O que se pode depreender disso é que era uma forma de manter o controle de todos os esquemas”, ressalta um técnico.
Não custa lembrar que, durante o governo de Michel Temer, o então ministro do Trabalho, Helton Yomura, foi afastado e pediu demissão depois de ser alvo de investigação da Operação Espúrio, que apura a concessão de registro sindicais em troca do pagamento de propina. Yomura foi indicado pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, que cumpriu pena por corrupção no processo do mensalão.
Brasília, 18h01min