Para governo, concurseiros terão que enfrentar riscos da iniciativa privada

Compartilhe

Técnicos do governo que vêm trabalhando em projetos para o enxugamento da máquina pública afirmam que, diante das restrições à realização de concursos nos próximos quatro anos, os concurseiros terão de se preparar para enfrentar os riscos da iniciativa privada.

Foto: Breno Fortes/CB/D.A. Press

Isso que dizer, segundo os técnicos, que aqueles que dedicam horas do dia para estudar para seleções públicas deverão dar uma guinada e mirar as oportunidades de emprego em empresas privadas. O setor público empregará cada vez menos.

Perante essa realidade, afirmam os técnicos, a indústria de cursinhos, que fatura milhões de reais oferecendo facilidades mas sem grandes resultados, vai encolher muito. Quanto mais enxuta for a Esplanada dos Ministérios, menos cursinhos haverá.

“Não faz mais sentido manter tantas escolas preparatórias para concursos. Esse mercado vai encolher na mesma proporção que o governo fechará as torneiras das seleções”, diz um dos técnicos. A restrição a concursos valerá tanto para o governo federal quanto para estados e municípios, que estão quebrados.

Pente-fino

Segundo o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, o governo federal vem passando um grande pente-fino na estrutura de pessoal do Executivo federal. Com isso, estão sendo extintos cargos vagos e aqueles considerados obsoletos.

Somente neste mês de abril, um decreto acabou com 13 mil vagas que não cabem mais em um Estado moderno. São funções que deixaram de existir ou se renovaram. Em 2018, mais de 60 mil postos obsoletos haviam sido extintos.

O Estado, acredita Lenhart, precisará cada vez mais de tecnologia e cada vez menos de pessoas para a prestação de serviços à sociedade. Isso permitirá uma economia significativa aos cofres públicos.

Hoje, os gastos com pessoal e com Previdência Social consomem quase 70% dos recursos disponíveis no caixa do Tesouro Nacional. Não por acaso, áreas essenciais, como saúde, educação, segurança e infraestrutura, estão em péssimo estado.

Sendo assim, mais do que prometer o sonho da estabilidade no emprego e salários acima da iniciativa privada, o governo federal terá que estimular o crescimento econômico para a criação de empregos.

Os concurseiros terão que deixar as salas dos cursinhos para disputar o acirrado mercado privado.

Brasília, 20h01min

Vicente Nunes