PARA EQUIPE ECONÔMICA, CONFUSÕES SOBRE O IMPEACHMENT AJUDAM A AFUNDAR A ECONOMIA

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Integrantes da equipe econômica admitem que a confusão criada pelo presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP), prejudica muito a economia. Além de criar ruídos desnecessários, a medida ressuscita o temor de fragilidade das leis e amplia a desconfiança em relação à presidente Dilma Rousseff.

Vinha se desenhando um quadro de otimismo para a economia, com a perspectiva de Dilma ser afastada do cargo ainda nesta semana pelo Senado. Mas tudo pode mudar caso se prolongue a permanência na petista no poder. Dilma não tem mais credibilidade entre os agentes econômicos para conduzir o país.

Para técnicos do governo, com Dilma no comando do governo, o Brasil tende a mergulhar em uma profunda depressão econômica. As estimativas apontam para queda de até 6% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A situação da economia é tão dramática, que, mesmo com o vice-presidente Michel Temer sucedendo a petista, o PIB terá contração neste ano, próxima de 4%.

Quanto mais demorar para que o país tenha clareza sobre o que realmente representa a decisão de Maranhão, pior será o clima econômico. Não há, na cabeça de empresários e investidores, nada que justifique a anulação de uma decisão tomada pela maioria da Câmara.

A confusão é tamanha, que a bolsa de valores despencou mais de 3% assim que os investidores tomaram conhecimento da decisão de Maranhão. O dólar subiu quase 5%. Houve uma pequena melhora nesses números, mas o dia será de tensão e de muito prejuízo.

Brasília, 13h50min

Vicente Nunes