Técnicos do Banco Central afirmam que a possível redução dos preços da gasolina até o fim deste ano será importantíssima para levar a inflação mais rapidamente para o centro da meta, de 4,5%, ao longo de 2017. O combustível tem peso importante no cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) devido a seu efeito multiplicador. Isso vale para o bem e para o mal.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, diz que a meta de levar o IPCA para 4,5% até o fim de 2017 é ambiciosa, mas, segundo auxiliares dele, se a Petrobras realmente reduzir os preços da gasolina, a inflação já começará o próximo ano abaixo do projetado hoje em dia. Com isso, as expectativas dos agentes de mercado em relação à carestia tendem a se acomodar no centro da meta. E as portas para o BC cortar a taxa básica de juros (Selic) se abrirão de vez.
A decisão da Petrobras é equiparar os preços da gasolina aos praticados no mercado internacional, que caíram muito devido à forte desvalorização do petróleo. Em várias regiões do país, como no Distrito Federal, o combustível ficou mais barato por causa de fatores locais. Na capital do país, houve intervenção do Ministério Público e do Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) na maior rede local. Havia um cartel que combinava preços, lesando os consumidores.