Como foi isentado por Odebrecht no depoimento, o presidente Michel Temer deixará Padilha queimar sozinho em praça pública. Segundo o empresário, em jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, Temer falou sobre doações da construtora ao PMDB. Mas, em nenhum momento, o então vice-presidente falou em valores. Isso foi tratado diretamente com Padilha, quando Temer já não estava mais presente.
Auxiliares de Temer acreditam que Padilha foi jogado de vez no olho do furacão e não há mais nada que o presidente possa fazer para salvá-lo. A necessidade de sobrevivência, agora, é de Temer, que tentará se livrar, a todo custo, do processo conduzido pelo TSE. O presidente quer que a decisão do Tribunal seja pelo desmembramento da chapa da qual ele era vice de Dilma Rousseff.
Para o Planalto, Padilha, que está afastado da Casa Civil por problemas de saúde, vai ter que assumir todos os ônus das declarações de Odebrecht. O ministro, por sinal, já foi entregue por José Yunes, amigo pessoal de Temer e ex-assessor especial do presidente. Yunes disse que “serviu de mula” para Padilha, ao receber um envelope em seu escritório entregue pelo lobista Lúcio Funaro, que está preso.
Brasília, 09h30min