RODOLFO COSTA
O governo contemporiza a continuidade dos protestos dos caminhoneiros pelo quinto dia seguido. Apesar de caminhões continuarem bloqueando estradas e impedindo o tráfego de mercadorias, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, demonstra confiança e prevê ser uma questão de tempo até a desmobilização da categoria e o fim do fechamento de estradas.
A avaliação do governo é de que uma paralisação como a que começou na segunda-feira (21/05) não acaba do dia para a noite. “Nossa aposta é que o movimento será desmobilizado progressivamente. Agora, não sei se terá normalidade total já no fim de semana. Mas acreditamos que o processo se inicia hoje”, afirma.
Padilha, entretanto, imagina ser impossível prever quando haverá plena normalidade nas estradas, nos postos de combustíveis, nos aeroportos, nos supermercados. “Esse é um processo que é lento. Nós tivemos as lideranças negociando conosco por muitas horas e o comando das lideranças para chegar às bases não é instantâneo”, argumenta.
O otimismo do governo não condiz até o momento com o andamento da paralisação. O aeroporto de Brasília está sem combustível para abastecer as aeronaves. Comércios ainda continuam desabastecidos no país. Postos de combustíveis, por exemplo, estão sem gasolina. Ainda assim, Padilha garante que o Palácio do Planalto não cogita adotar medidas mais drástica. “Temos certeza que vão cumprir com o acordo firmado. Quando se faz um acordo, se tem como pressuposto que todos vão cumprir”, pondera.
A declaração de Padilha deixa nas entrelinhas que alguma medida pode ser adotada em caso de os caminhoneiros não desmobilizarem de forma alguma. “Nós estamos cumprindo e vamos cumprir a nossa parte. Na medida em que tenhamos uma contrapartida por parte dos caminhoneiros, vamos cumprir tudo”, ressalta. O auxiliar participa, na manhã desta sexta-feira (25/05) de reunião no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. O objetivo é fazer uma avaliação dos acontecimentos ao longo da semana.
Entidades dos caminhoneiros que assinaram o acordo com o governo estão mobilizadas em comunicar a categoria para encerrar a paralisação. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), por exemplo, está elaborando uma nota de esclarecimento para encaminhar a todos os manifestantes.
Brasília, 11h01min