Os dois pesos e as duas medidas da Petrobras

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Defensora de um discurso liberalizante, a Petrobras tem dois pesos e duas medidas. Todos sabem que é saudável ajustar os preços dos combustíveis de acordo com o mercado internacional. Basta ver o que ocorreu no governo Dilma Rousseff, que causou um prejuízo de R$ 60 bilhões à estatal ao conter o reajuste da gasolina entre 2011 e 2014.

Mas no mercado de gás há distorções. O GLP vendido pela Petrobras à indústria e ao comércio é 110% mais caro do que o gás envasado no botijão, presente em 60 milhões de lares brasileiros. Na prática, a estatal subsidia, com o dinheiro do acionista – a União é a controladora -, os 33 milhões de botijões vendidos mensalmente.

Se é para ser transparente, a Petrobras poderia avisar ao distinto público sobre o tal subsídio cruzado.

Vicente Nunes